Games não precisam de História! Será?

Fala pessoal! Eu sou o Hagazo e recentemente fiz um vídeo pro quadro "Papo de Loading" lá do HSOGameplays. O nome dele é "Games não precisam de história".

Já vou logo colocando o vídeo aqui para que vocês assistam antes de continuar lendo, porque neste texto pretendo deixar a minha opinião sobre o tema:

Antes de mais nada, o objetivo do Papo de Loading é sempre tratar de assuntos polêmicos. Recentemente mudei um pouco o formato e tenho evitado dar a minha opinião nos vídeos. Tenho preferido relatar a vocês o tema, tratar das coisas com argumentos dos dois (ou três, ou quantos forem) lados e jogar a bola pra que possam deixar uma opinião.

E tem sido FANTÁSTICO. Mais uma coisa que eu nunca vi no Youtube. No último Papo de Loading, aquele onde eu falo de 13 inovações gamers que ferraram com tudo, tivemos 346 likes e 416 comentários (até o momento) e a grande maioria deles foram ENORMES, com a galera dando opinião.

Li TODOS eles (posso não ter respondido a todos, mas ler eu li) do início ao fim e achei FODA demais o fato de que vocês estão abraçando a causa e participando dos vídeos polêmicos desta maneira. Caso você não tenha visto, deixo abaixo:

Pronto. Agora poderemos falar especificamente do Papo de Loading #13, aquele da importância da história em um game e que coloquei o vídeo no início deste post.

Até o momento temos 288 likes e 422 comentários, lembrando que, enquanto escrevo este texto, tem pouco mais de 24 horas da postagem do vídeo.

E segue na mesma linha do anterior: comentários com opiniões diversas, mas sempre MUITO bacanas de ler. O mais legal é que a galera tem mantido o respeito uns com os outros. Alguns se exaltam e xingam o Tom Abernathy pela opinião dele. Se eu puder dar uma dica a vocês: nunca xinguem ninguém por expressar uma opinião, mesmo que seja contrária a de vocês. Todo mundo tem o direito de pensar e nem sempre o que a gente pensa é o 100% correto.

Continuando, durante o vídeo passei a vocês a polêmica: História ou personagens? Abernathy disse que personagens são mais importantes que a história, pois são eles que irão cair nas graças do público, e incentivou outras pessoas, durante sua palestra em uma convenção de desenvolvedores de jogos, a fazerem o mesmo: focar no personagem!

Com o objetivo de instaurar a discussão (e faço isto porque GOSTO de ver vocês opinando, maquinando a cabeça pra dizer o que pensam, escrevendo textos com o que vocês pensam - de certa forma é melhor do que fazer aquela redação chata no colégio, né? Hahaha. Vários motivos e eu posso falar especificamente disto em live ou em outro post), fui aos comentários da notícia, que saiu na Gamespot, e peguei, intencionalmente, 4 comentários: um a favor, um contra, um totalmente wtf e um aleatório. Assim, durante o vídeo, vocês poderiam ouvir algo que concordassem.

Na hora das perguntas, de propósito, pedi que separassem personagem ou história e dissessem o que vocês pensam ser melhor. Fantástico!

Hagazo, qual a SUA opinião?

Primeiramente, a gente precisa analisar o tema de vários ângulos. Quando disse que é um assunto que provavelmente continuará sendo discutido até o fim dos tempos, é porque acho que sim, continuará. Sabe a história do ovo e da galinha? Pois é.

De maneira geral, acho que uma boa história é fundamental. Pode salvar a pele de uma obra, mesmo que ela contenha personagens "café com leite", isto é, que a gente não se identifica. Por outro lado, um bom personagem sozinho dificilmente salva uma péssima história.

Tá, partindo desta minha visão geral, vamos avaliar algumas coisinhas. Em primeiro lugar, precisamos levar em conta o gênero do game. Nem todo jogo precisa de uma história, ou mesmo de personagens marcantes. Peguem um FIFA, por exemplo. Simulador de futebol. Pra quê uma história? Você quer jogar futebol, entra, seleciona a partida, joga. Corrida também é um gênero que nem sempre é necessário ter história. Geralmente jogos de corrida possuem um conceito para a existência daquele universo, e basta.

Agora um RPG sem uma história não é nada. Um FPS pode transitar entre os dois mundos, pode ser exclusivamente focado em Multiplayer e não requerer uma história profunda, apenas usar de conceito pra justificar a matança desenfreada. Outros podem ser focados na campanha e trazer histórias fantásticas. Olha o Halo aí, Bioshock, e vários outros!

E agora, um segredinho: nenhum deles está errado! Vamos lembrar que o mercado de games é gigantesco e tem "pra todo gosto". 

Com isto em mente, a gente pode começar a pensar em Tom Abernathy. O cara trabalhou pra Halo: Reach, e todos sabemos que este é um jogo cuja história vai além de qualquer coisa. Ultrapassa inclusive o próprio jogo. O universo de Halo é riquíssimo e extremamente detalhado. A história é IMENSA. Master Chief é apenas uma pontinha de Halo, apesar de também ser um "puta" personagem.

Tom foi para a Riot Games, desenvolvedora de League of Legends, e entrou em um universo de MOBA, completamente distinto dos FPS (com ou sem história). E aí a gente precisa questionar se a matéria da Gamespot foi bem escrita ou se eu falhei na tradução.

Por que, Hagazo?

Vejam bem e pensem comigo: seria algo extremamente controverso para um sujeito que trabalhou no projeto de Halo: Reach falar que personagens são mais importantes e que outros desenvolvedores deveriam focar apenas nisto e deixar a história de lado, não acham?

Meu palpite é que, em algum momento (na matéria ou na minha tradução, por que não?) uma informação foi deixada de lado: quem seriam os desenvolvedores ouvindo Abernathy falar? Quaisquer desenvolvedores? Pergunto isto porque, se fosse de MOBA, aí sim o que ele disse faz todo o sentido do mundo.

MOBAs (Multiplayer Online Battle Arena) funcionam com uma lógica distinta, onde personagens são sim o foco. MOBA é como um game de luta, só que com outra perspectiva e objetivos. As pessoas jogam com seus personagens favoritos, e basta! Alguns se interessam pela história de fundo, maior do que as micro histórias de cada personagem, é está tudo bem!

Pensem comigo: MOBAs geralmente disponibilizam uma lista de mais de 100 personagens. Se todos eles, na sua criação, não forem bem pensados, de forma a serem bem feitos, como as pessoas irão se identificar? Como irão jogar com ele? Como irão comprar suas skins? Não basta o cara ter skills legais, ele tem que ter um set de skills (o conjunto delas) coerente, um visual bacana, frases de impacto convincentes, postura adequada e até uma história de fundo interessante. Aí o jogador pode se identificar melhor com este personagem. Peguem um sujeito aleatório e joguem dentro da lógica de um MOBA, e ninguém vai jogar com ele.

Tá. Falamos de diferentes gêneros e falamos da coerência do Abernathy em se tratando de MOBAs, exclusivamente. 

Agora vamos abordar também um tema que foi levantado nos comentários do Papo de Loading #13: "não ligo pra história porque não a entendo".

Ninguém disse isto especificamente, mas falaram da situação do brasileiro frente aos games: só recentemente eles começaram a vir legendados e dublados em PT-BR. Muita gente não domina o inglês para prestar atenção e acaba usando os games como entretenimento. "Deixa eu pegar esse carinha aqui, sair correndo com ele de onde a fase começou, bater em geral e matar o chefão, repetir isto até aparecer o zeramento, e pronto!"

E eu acredito que isto seja de fato pertinente. Como é que a gente liga pra algo que não entendemos? Se não há o domínio do inglês, não há muita imersão no universo do game. O jogador acaba perdendo um pouco da "gaming experience" (experiência de game) planejada para aquele jogo. Ele vai desfrutar o gráfico, a jogabilidade, o som, mas o enredo em sua totalidade, não.

E talvez seja por isto que encontramos tanta gente dizendo que não liga pra histórias. Se eu puder dar outra dica a vocês, aproveitem os games legendados e dublados e passem a ligar. Não digo para começarem a escolher jogo pela história, ou deixar isto influenciar suas escolhas. Digo para que, qualquer jogo que peguem pra jogar, se ele tiver história, preste atenção nela. Isto muda sua experiência com um jogo.

Mas e aí?

O texto tá ficando grande demais (pra variar), então vamos ser breves. Existe a possibilidade de bons personagens existirem sem uma boa história? Grandes personagens, lembrados e imortalizados no universo gamer, como Mário, seriam lembrados por serem bem construídos ou por fazerem parte de franquias, tendo aparecido em diversos games ao longo de mais de 20 anos e servindo de inspiração para outros games e como ícones da infância de várias gerações gamers? Ou a lembrança se dá por grandes histórias em seus jogos?

Difícil, né?

É um assunto a ser muito debatido e discutido, onde brilham os argumentos. É impossível chegar a uma conclusão generalizada sem cometer nenhum deslize. 

O complicado é quando as empresas começam a tentar incrementar uma boa história com elementos forçados por políticas da indústria de jogos.

Explico: Digamos que determinado jogo tenha uma história muito boa, com bons personagens, que dure 4 horas de gameplay. Isto é um tempo que com certeza seria criticado para um jogo grande ou mesmo um AAA. Então a empresa "infla" o título com side missions e não tem criatividade suficiente para fazê-las de forma que não fiquem repetitivas. Pior, forçam o jogador a fazer algumas delas para continuar a missão principal. Analisando dentro do game, a história antes boa acaba sendo comprometida por outros elementos.

Triste também é quando as empresas param de ligar para este elemento em gêneros que deveriam dar um foco absurdo para isto.

Enfim, tá aí algumas ponderações sobre o tema que eu faço. Muitas delas eu falei a vocês respondendo algumas pessoas lá no próprio vídeo.

"...Se você gostou do vídeo (blog) deixa aquele joinha maroto! Favorita pra reforçar ainda mais a divulgação e, se você não tá inscrito no canal, se inscreve aí! Não deixe de acompanhar os últimos vídeos (e postagens), até o próximo vídeo (postagem) e tchau!"

O QUE VOCÊ ACHOU DAS IMAGENS? E DA POSTAGEM? COMENTA AÍ! 

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